RAU | eles não entendem o que você faz



RAU | eles não entendem o que você faz

galeria marcelo guarnieri | ribeirão preto

abertura
28 de setembro, 2024
16h-19h

período de visitação
28 de setembro – 30 de outubro, 2024



rua nélio guimarães, 1290
ribeirão preto – sp – brasil / 14025 290
[ mapa ]



A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, entre 28 de setembro e 30 de outubro, “eles não entendem o que você faz”, primeira exposição individual de RAU em nosso espaço de Ribeirão Preto, após a sua estreia no circuito comercial em nosso espaço de São Paulo, em 2023. A mostra reúne cerca de sessenta e seis pinturas em tela e vinte em papel produzidas entre os anos de 2023 e 2024. RAU nasceu em Ribeirão Preto em 1997 e em 2017 iniciou sua graduação em Arquitetura e Urbanismo. Em suas pinturas, incorpora aspectos da linguagem cinematográfica, e influenciado por diretores como Koji Wakamatsu, Hisayasu Satô e Takashi Ishii, explora enquadramentos cênicos e associações entre texto e imagem. São como retratos tomados em ação, recortes de planos, uma pintura de observação mediada pelas qualidades luminosas das telas de dispositivos eletrônicos.

Em “eles não entendem o que você faz”, RAU trabalha a partir das ideias de distanciamento e alteridade, como um observador que está fora de quadro, invisível aos seus personagens. A distância aludida no tom negativo do título da exposição é também construída em suas composições pela presença de espelhos (superfícies reflexivas que ampliam os espaços) e olhares desviados que não se conectam aos nossos. Cenas intimistas de personagens deitados, fumando cigarros enquanto pintam as unhas ou falando ao telefone dentro de um apartamento pequeno, misturam-se a outras cenas onde parece haver algum conflito em ação, insinuado pela postura dos corpos, troca de olhares e figuras de poder tal como policiais e juízes. Uma atmosfera desencantada e cínica preenche as pinturas de RAU, que se assentam em tons pastéis e vez ou outra nos assustam com seus vermelhos.

Para compor suas cenas, RAU parte de sua enorme coleção de imagens e textos, stills de filmes e citações, elementos visuais e literários que lhe permitem sobrepor referências a um ritmo de prática pictórica que ele define como veloz. Suas ágeis pinceladas, mais preocupadas em definir os contrastes entre luzes e sombras, dão a dimensão de uma pintura que, por mais que seja figurativa, não pretende descrever a imagem em detalhes. Interessado em provocar leituras ambíguas de suas composições, RAU se utiliza do espaço do título da obra ou mesmo da tela para explorar o poder da palavra e causar algum ruído entre texto e imagem, incorporando, para isto, referências tão diversas como a literatura de Susan Sontag e frases de Twitter. A dissociação que busca RAU em sua pintura se manifesta também nas escolhas dos enquadramentos, deslocando com alguma frequência algum de seus personagens para fora de quadro, evidenciando assim o seu interesse por aquilo que não é imediatamente percebido e convidando o público a imaginar o que veio antes e o que pode vir depois daquele tempo em suspensão.

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