Marcus Vinícius | Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos



Marcus Vinícius | Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos


galeria marcelo guarnieri | ribeirão preto

abertura
11 de novembro, 2023
15h-18h

período de visitação
11 de novembro, 2023 – 31 de janeiro, 2024



rua nélio guimarães, 1290
ribeirão preto – sp – brasil / 14025 290
[ mapa ]



A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, entre 11 de novembro de 2023 e 31 de janeiro de 2024, “Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos”, exposição individual de Marcus Vinicius em nosso endereço de Ribeirão Preto. A mostra reúne três novas séries: “Espaço Expandido”, “Empilhamento Cromático” e “Quadros Verticais”. Apresentadas juntas, dão conta de evidenciar um recorte investigativo que o artista vem realizando sobre como apresentar a cor numa estrutura que potencialize suas relações e propriedades, mas que encontre unidade e sentido com a estrutura física da obra. No mesmo dia, às 14h30, abrirá a exposição “New kids on the block” no espaço escada (Rua Campos Salles, 315, Ribeirão Preto). A mostra conta com obras de Marcus Vinicius, Isabella Bianchi e Pedro Campanha.

_____

Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos
por Marcus Vinicius

Em “Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos”, proponho um espaço para refletir sobre dois aspectos intrínsecos na obra de arte que são forma e cor. Então, recorro à diferença entre o significado das palavras estudo e ensaio, para apresentar meu posicionamento e interesse ao desenvolver o trabalho apresentado.

O estudo é um processo de construção de conhecimento, a partir de uma leitura abrangente do que se pretende saber em profundidade – penso que essa é uma parte mais intuitiva e sensível, que me aproxima do que o olho é capaz de coletar de informação visual do mundo e da vida cotidiana. Associo isso sobretudo à cor, pois como utilizo apenas cores de catálogo, essas cores são as que estão presentes em todos os objetos industriais, e assim no meu trânsito diário, reconheço combinações – por exemplo numa fila de carros estacionados, com suas cores alinhadas de forma aleatória e descubro outras que não teria capacidade de imaginar, como numa barraca de roupas penduradas espontaneamente por um camelô na Rua 25 de março. O ensaio é uma prática em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais, realizando uma avaliação sobre determinado tema sem a pretensão de esgotá-lo. Assim, trabalho na construção formal das peças, me debruçando sobre cada problema construtivo com muita atenção, pois as possibilidades de solução já trazem novas questões e possíveis desdobramentos.

A primeira das séries elencadas para a mostra é “Espaço Expandido”, que é composta por obras horizontais que trazem elementos fixados na estrutura do chassis e que se projetam no espaço, promovendo um percurso inverso do olhar do observador, onde ao invés de entrar no campo da obra ou parar na sua superfície, o olhar tem que encontrar um novo ponto perceptivo pois a obra se antecipa projetando-se em sua direção. Além disso, essa série traz novos usos para elementos já explorados em outros trabalhos como o vidro, que antes era apresentado como elemento funcional dentro da estrutura quadro e ativado por sua propriedade reflexiva, mas que nesses trabalhos novos, os Espaços Expandidos, entram como elemento formal, por sua materialidade e transparência.

A segunda série é “Empilhamento Cromático”, que traz trabalhos feitos em vidro e alumínio e recebem esse título para enfatizar e literalizar a maneira como eles são apresentados, uma parte em cima da outra. Isso esvazia qualquer conteúdo subjetivo das relações cromáticas e tensiona as partes que poderiam ser montadas de outra forma, por sua estrutura modular, resultado de uma escolha. E essa é a tensão, a escolha é subjetiva em si, mas a apresentação objetiva. Gosto de imaginar que nessas obras modulares, o observador decida mudar a ordem das partes, mas que sempre ficará incomodado com o resultado das mudanças, e reordenará tantas vezes até que encontre uma ordem em que a obra ficará plena. Nesse momento ele descobrirá que essa ordem coincidiu com a mesma que eu propus.

A terceira série é a dos “Quadros Verticais”, que são obras estreitas e altas, promovendo uma leitura corporal nova em minha produção, pois ela cria uma relação de projeção do corpo do próprio observador na obra, sua dimensão vertical se equivale à da obra.

As obras estão distribuídas no generoso espaço da Galeria Marcelo Guarnieri em Ribeirão Preto, de forma a criar um ambiente em que elas possam ser analisadas individualmente, mas também num contexto mais amplo onde uma questione ou complemente a outra, ativando a dinâmica do espaço relacional.


gmc_aliceshintaniMarcus Vinícius | Gabinete para ensaios formais e estudos cromáticos