LÁ FORA


LÁ FORA
Alice Shintani, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Claudia Jaguaribe, Claudio Tozzi, Fang, Gabriela Machado, LIUBA, Luiz Paulo Baravelli, Mariannita Luzzati, Silvia Velludo


galeria marcelo guarnieri | ribeirão preto

período de visitação
08.09 – 13.11.2020


rua nélio guimarães, 1290
ribeirão preto – sp – brasil / 14025 290
[ mapa ]


A Galeria Marcelo Guarnieri apresenta, de 8 de setembro a 13 de novembro de 2020, a exposição coletiva “Lá fora” em sua sede de Ribeirão Preto. A mostra reúne obras dos artistas Alice Shintani, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Claudia Jaguaribe, Claudio Tozzi, Fang, Gabriela Machado, LIUBA, Luiz Paulo Baravelli, Mariannita Luzzati e Silvia Velludo. Diante da atual situação de confinamento gerada pela pandemia de coronavírus, em um processo que nos distanciou do exterior e nos aproximou ainda mais do interior das nossas casas ou das plantas de nossos jardins, apresentamos uma seleção de trabalhos desenvolvidos a partir da observação ou da ocupação de espaços externos. Na impossibilidade de vivenciarmos plenamente as experiências ao ar livre, acessamos através das pinturas, esculturas e fotografias apresentadas, as formas, imagens e situações diversas de relações com a natureza estabelecidas pelos artistas em seus processos criativos. As visitas poderão ser realizadas de segunda a sexta, das 10h às 18h e sábado das 10h às 14h mediante agendamento e respeitando todas as recomendações das autoridades de saúde. Para a segurança de todos, reforçamos o uso obrigatório de máscara durante todo o tempo que estiver na galeria. Para confirmar sua presença, pedimos que entre em contato por email (info@galeriamarceloguarnieri.com.br) ou telefone (16 3632 4046), informando nome completo e indicando o dia e horário de sua visita.

Gabriela Machado apresenta pinturas produzidas entre os anos de 2016 e 2017, dentre elas, aquelas que nos levam às praias de Boipeba na Bahia ou às paisagens dos Hamptons em New York, estas últimas produzidas durante uma residência realizada pela artista no local. Essas duas séries marcam um retorno de Machado ao uso de cores menos pálidas, como o verde-neon e o laranja, pouco intimidadas pelo efeito que a escala diminuta do suporte produz em qualquer elemento da composição. Voltaram à cena os vermelhos e rosas, embora ainda envoltos em cores mais geladas como o cinza e o bege. É também por meio da pintura que Mariannita Luzzati nos apresenta suas paisagens, menos pastosas e escorregadias como as de Machado, são envoltas por uma espécie de neblina que nos absorve na imensidão das montanhas de suas composições, sensação de imersão que é reforçada pelas grandes dimensões da tela. Ainda sobre montanhas, mas a partir de uma relação distinta, reflete Alice Shintani com sua série “Lindoya”, que apesar de já ter sido montanhista, pondera o encantamento da experiência do sublime e reflexiona sobre o pragmatismo na relação entre indústria e natureza. Na pintura produzida em 2015, em um comprimento de tela dez vezes menor que o de Luzzati, dedica sua atenção à linguagem gráfica utilizada nas embalagens de marcas de água mineral na representação do mundo natural.

Nas obras de Claudia Jaguaribe, Ana Sario, Fang e Luiz Paulo Baravelli observamos uma relação com o exterior mediada pela ideia do enquadramento, seja através de janelas, telas de celulares e computadores ou pela lente da câmera fotográfica. Em “No Jardim de Lina”, Jaguaribe adiciona uma segunda camada ao enquadramento da própria fotografia, inserindo em cada imagem a serigrafia de um círculo e guiando nosso olhar a pontos específicos do jardim. Essas imagens foram produzidas no contexto da instalação homônima apresentada na Casa de Vidro em 2018, na qual propunha um diálogo fotográfico com a arquitetura e o paisagismo do jardim de Lina Bo Bardi. O recorte também é evidente na série “Polaroid” de Ana Sario, que utiliza-se de imagens coletadas na internet ou produzidas pelo celular para refletir sobre a dinâmica de contemplação da era digital. Nestas pinturas, o espaço exterior enquadrado pode ser interpretado não só a partir de paisagens, mas também a partir do silêncio distante dos peixes num aquário, dos pingos da chuva no chão do pátio, da visão das janelas de outros prédios ou da extensão infinita da internet.

Os objetos de Silvia Velludo, Ana Paula Oliveira e LIUBA, nos remetem a um dos muitos aspectos do ar livre: o movimento. Entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade transita a pintura de Velludo da série “Gozo”, onde a vibração se faz sentir tanto pela oscilação das molas que saltam da tela, quanto pelo efeito óptico da profusão das pequenas esferas em vermelho suspensas no ar. Em “contrapássaro” fica bastante evidente o embate entre a ideia de leveza associada às aves e a importância do contrapeso dos passarinhos de chumbo no equilíbrio da peça. Qualquer movimento ali parece a iminência de um desastre. Já na peça de LIUBA, é tudo estabilidade. Embora suas formas partam dos contornos de asas, bicos, bichos e plantas, seu dinamismo vigora no peso da matéria bronze, sem poder voar, repousa em espaços abertos como jardins. Foi assim em 1965, dentro das comemorações do IV Centenário do Rio de Janeiro, que LIUBA apresentou um conjunto de esculturas na área externa do MAM-RJ. Suas esculturas eram dispostas sobre blocos de concreto ao ar livre e dialogavam com o projeto paisagístico de Burle-Marx e com o projeto arquitetônico e urbanístico de Affonso Eduardo Reidy. Na década de 1990, a mesma que participaria da 21ª Bienal de São Paulo, Claudio Tozzi pintou o futebol. Dando continuidade a suas investigações sobre a cultura popular e as cores primárias, utiliza-se de deformações sutis para retratar a rapidez dos movimentos dos jogadores que configuram um balé, composto não só pelos que correm atrás da bola no campo, mas também pela multidão, que no mundo governado por uma pandemia, já não mais pode acompanhar a partida.

LÁ FORA
Alice Shintani, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Claudia Jaguaribe, Claudio Tozzi, Fang, Gabriela Machado, LIUBA, Luiz Paulo Baravelli, Mariannita Luzzati, Silvia Velludo


galeria marcelo guarnieri | ribeirão preto

exhibition
September 8 – November 13, 2020


rua nélio guimarães, 1290
ribeirão preto – sp – brasil / 14025 290
[ mapa ]


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