AMELIA TOLEDO / MIRA SCHENDEL

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galeria marcelo guarnieri | ribeirão preto

abertura/opening
13.05.2016 / 10h – 18h
May 13, 2016 / 10am – 6pm

período de visitação/exhibition
13.05 – 30.06.2016


A Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto) apresenta a exposição “Amelia Toledo / Mira Schendel”. Após realizar no final do ano passado a individual de Amelia Toledo (1926) na unidade de São Paulo e em 2007 a de Mira Schendel (1919-1988) em Ribeirão Preto, a galeria volta a exibir o trabalho das artistas criando um diálogo entre ambas. Entre 1965 e 1966, Amelia morou em Lisboa com a família e durante este período organizou na Galeria Buchholz uma exposição de Mira Schendel com 93 monotipias. As duas mantiveram a partir daí um intenso diálogo – trocavam cartas, discutiam sobre os seus respectivos trabalhos e sobre a situação social de cada país – Brasil/Portugal.

Na atual exposição é exibido um conjunto de monotipias sobre papel arroz, os trabalhos foram executados por Mira ao longo da década de 1960 e representam uma fase de intenso trabalho da artista. Há neles uma vontade de esgotar a imagem, de tornar o vazio e a mínima ação algo que transcende o plano do objeto e passa para o campo espiritual. Mira se aproxima da arte e do pensamento japonês ao não hierarquizar entre os espaços vazios e os ocupados, e sim os tornar complementares. O mesmo pode ser observado em suas pinturas em papel ou sobre tela, as formas que aparecem nos trabalhos estão dispostas de modo a tornar o plano pictórico um lugar povoado pela cor e pela própria densidade do material elegido.

Os trabalhos de Amelia Toledo parecem vir da terra e da força bruta dos materiais e os de Mira Schendel de um plano espiritual e do próprio fazer. Amelia utiliza recursos naturais em diálogo com os processos industriais. Em Bambuí (2001/2015), a obra é composta por pedras brutas e polidas e uma bobina de inox que ocupa parte do espaço da galeria. A placa tem uma forma sinuosa e reflexiva que faz com que as pedras que estão espalhadas pelo espaço se multipliquem de forma distorcida. Bambuí também é o nome de uma região em Minas Gerais onde são encontradas as pedras utilizadas na instalação, mesma região onde a milhões de anos atrás existia mar. Em Da cor da corda (2014), cordas na cor azul são suspensas numa parte da galeria e convidam o público a passar entre elas. A instalação tem uma proximidade com as pinturas da artista, uma vez que trabalha com cordas de algodão impregnadas com resina acrílica e pigmentos com tonalidades distintas, criando assim uma espécie de pintura no espaço. Iniciadas em 1993, a série Horizontes (1993-2015), pinturas em acrílica sobre tela, exibem um horizonte sugerido pelo encontro entre as cores, ora saturadas e ora esmaecidas. De forma pontual, é exibido o objeto Glu-Glu (1968), peça em vidro soprado com água e ar em seu anterior – ao ser manipulado – ativa os materiais internos que reagem formando bolhas, com isso o objeto se torna uma peça ativa e passível de mudanças em sua constituição visual.

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