helena carvalhosa


1938, São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo, Brasil

Helena Carvalhosa nasceu em 1938 em São Paulo, onde vive e trabalha. Iniciou seus estudos em artes na Escola Brasil em 1970 e em 1977 formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Ainda no final da década de 1970 estudou na New School of Arts, em Nova York e desde os anos 1980 vem fazendo cursos e sendo orientada por artistas como Hélio Cabral, Nelson Nóbrega, Paulo Pasta e Sara Carone. Sua produção transita entre a pintura, a escultura, o desenho e o objeto.

O início de sua carreira foi marcado pela participação na “Mostra de Escultura Lúdica” em 1979 no MASP, que contou com artistas como Palatnik, Tomie Ohtake, Leon Ferrari e Guto Lacaz. Na ocasião, a artista expôs “Estruturas Mutantes”, duas peças formadas por tecido, ferro e isopor que remetiam à forma de um casulo e que podiam ser vestidas e transformadas pelo público. A escolha por materiais acessíveis, de uso cotidiano, é ampliada em “O objeto reinventado”, exposição que ocorreu no SESC Pompeia em 1992 e que reuniu assemblages formadas por objetos descartados, já gastos por outros usos. Sobre aquela produção de Carvalhosa, Pietro Maria Bardi escreveu: “Com o máximo de simplicidade, Helena demonstra, através da combinação de formas, que aquilo que está ao nosso redor pode ser motivo de fruição estética”. No ano seguinte participou da coletiva “Objeto. Objeto-Livro. Fotografia” na Pinacoteca de São Paulo, onde dava continuidade à sua pesquisa sobre as formas e os significados gerados a partir de associações improváveis entre objetos encontrados, tais como potes de vidro, pedaços de madeira, peças de ferro retorcido e molas. Segundo a crítica Maria Alice Milliet, em texto de 1993: “Os objetos de Helena pertencem ao universo feminino da sedução, do jogo de aproximações que transforma o banal em inédito, do encantamento surpreendido no arranjo das coisas inúteis cuja gratuidade retém um frescor derivado da fantasia. Atestam a possibilidade de criar a partir do encontrável, do desprezível, de restos e sobras.” Em 1998, Carvalhosa retorna à Pinacoteca para ocupar um dos “vãos livres” do edifício com “O Caminho: Instalação com Flores”, composta por móveis antigos, fotos de família, vasos, quadros e peças em porcelana, propondo uma reflexão sobre as fases da vida e a passagem do tempo. O interesse da artista pelos objetos passa não somente pela particularidade de sua composição material e visual, seus significados e usos, mas também pelo vínculo afetivo que possui com cada um deles e com a possibilidade de conservarem histórias.

Desde a segunda metade dos anos 1980, Helena Carvalhosa vem desenvolvendo um trabalho em pintura, onde explora a ambiguidade das formas a partir da observação do mundo ao seu redor, desde paisagens até cenas interiores. Segundo o jornalista Antonio Gonçalves Filho, essas pinturas são “quase um diário íntimo sem compromisso com o tempo, como nas composições intimistas de Morandi, feitas de cores sóbrias e perfeito equilíbrio tonal”. Nelas, a artista ainda mantém o seu interesse pelos objetos, agora amalgamando-os, no campo bidimensional, aos outros elementos do quadro, operação que se dá pelo uso da tinta em diferentes cores e texturas. Em texto para o catálogo da exposição “Pulo do Gato”, apresentada no Museu Afro Brasil em 2016, o curador Marcelo Salles escreve: “a artista lida com um fazer que não é orientado por premissas políticas, sociais, mercadológicas; seu interesse reside numa necessidade ancestral, aquela que existia antes de nomearmos todas as coisas e aprisionarmos não somente coisas, mas nós mesmos”.

Em mais de quatro décadas de carreira, participou de inúmeras mostras individuais e coletivas, em instituições como: MASP, SESC Pompeia, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Afro Brasil, SESC Belenzinho e Centro de Arte Dragão do Mar, em Fortaleza. Desenvolveu curadorias para o SESC São Carlos, SESC Santana e Museu da Casa Brasileira. Possui dois livros publicados: Fazenda Pinhal e Ócio: obras de Helena e poesia de Manoel de Barros.

exposições individuais

2022
tempo, tempo, tempo, tempo. Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, Brasil

2021
Helena Carvalhosa, Galeria Marcelo Guarnieri, São Paulo, Brasil

2020
“O que em mim sente está pensando”, Casa do Jasmin, São Paulo, Brasil

2019
Sem Título, Sem Data, Galeria Millan, São Paulo, Brasil

2018
Expansão e Recolhimento, Centro Histórico Mackenzie,São Paulo, Brasil

2013/2014
Helena Carvalhosa, Casa Contemporânea, São Paulo, Brasil

2002
Desenho e Pintura, Galeria Paulo Prado, São Paulo, Brasil

2000
Tridimensional, Galeria Alliance Française, São Paulo, Brasil

1998
Instalação, “O Caminho”, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil

1996
Tri-Dimensional, Itaú Galeria, Goiânia, Brasil

1993
Desenho, Casa da Cultura, São Carlos, Brasil

1992
Objeto, “Objeto Reinventado”, SESC Pompéia, São Paulo, Brasil

exposições coletivas

2023
Tridimensional: entre o sagrado e o estético. Arte132, São Paulo, Brasil

2022
Abstração: a realidade mediada. Curadoria de Rodrigo Naves. Galeria Millan, São Paulo, Brasil

2019
PIN-CÉU, FUNARTE, São Paulo, Brasil

2018
Pintura Expandida, Galeria Virgílio, São Paulo, Brasil

2017
DEZ PINTORES, Salão de Exposições do Paço, Santo André, Brasil

2016
Evocações, Museu Afro Brasileiro, São Paulo, Brasil

2010
A Grande Alegria, Casa Contemporânea, São Paulo, Brasil
Instalação (Objeto e Fotos), Dragão do Mar, Fortaleza – Ceará, Brasil

2009
Esculturas (vidro e barro), Galeria Mauro Chaves, Brasil

2007
Vídeo Instalação, Pinhal do Alheamento, de Helena Carvalhosa e Inês Cardoso, Museu da Casa Brasileira, São Paulo, Brasil

2006
Vídeo Instalação, Pinhal do Alheamento, de Helena Carvalhosa e Inês Cardoso, SESC Santana, São Paulo, Brasil

2005
Desenho, Castelo Almoshof, Nurenberg, Alemanha
Objeto, “Transparente Emoção”,  SESC Ribeirão Preto, Brasil

2004
Desenho, Atelier Centro, São Paulo, Brasil
Desenho, Galeria Rosa Barbosa, São Paulo, Brasil

2003
Desenho e Objeto, Galeria Arauco, Nurenberg, Alemanha

2002
Desenho, “Quase Desenho”, Galeria Adriana Penteado, São Paulo, Brasil

2000
Tridimensional, Desfile da Vaca Suíça, São Paulo, Brasil

1999
Objeto, Cinco na Quinta, São Paulo, Brasil

1998
Instalação,  “Fantasia Brasileira”, SESC Belenzinho, São Paulo, Brasil

1997
Fotografias, “Viagem a Índia”, SESC Pompéia, São Paulo, Brasil

1993
Objeto, “Objeto Livro, Fotografia”, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil

1979
Escultura “Escultura Lúdica”, MASP – Museu de Arte de SP, São Paulo, Brasil

1972
Design “Mobiliário Brasileiro”, MASP – Museu de Arte de SP, São Paulo, Brasil

curadorias

2007
O Pinhal do Alheamento, Vídeo Instalação (de Helena Carvalhosa e Inês Cardoso) e Exposição de Fotos da Fazenda Pinhal,  Museu da Casa Brasileira, São Paulo, Brasil

2002
Café? Com Prazer! Uma História…, SESC São Carlos, Brasil

2001
Pinhal 100 Anos de Fotografia, Museu da Casa Brasileira, São Paulo, Brasil

1998
Pinhal 100 Anos de Fotografia, SESC São Carlos, São Carlos, Brasil

publicações

2010
Livro: Ócio, editora Terceiro Nome.
Sinopse: Fotos de objetos tridimensionais de Helena Carvalhosa e trechos de poesia de Manuel de Barros, selecionados pela artista, com autorização de publicação pelo poeta

2006
Fazenda Pinhal – Caderno de Receitas e Histórias de Família, editora Terceiro Nome

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