AMELIA TOLEDO. HORIZONTES
galeria marcelo guarnieri | rio de janeiro
abertura
11.09.2017 / 17h – 22h
período de visitação
11.09 – 21.10.2017
Rua Teixeira de Melo, 31 – lojas C/D
Ipanema – Rio de Janeiro – Brasil
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Um dos principais nomes da arte brasileira da geração dos anos 60, Amelia Toledo integra o elenco de artistas que soube conjugar a paixão pelas formas, traduzidas em múltiplas linguagens, como a pintura, o desenho, a escultura e o design de joias, com a inquietação pelo pensamento, no qual atuou como docente nas principais universidades do país.
A série Horizontes, iniciada nos anos 90, é resultado da investigação de Toledo sobre a ideia de paisagem, tanto no espaço pictórico, quanto no espaço físico. A linha do horizonte tem uma presença marcante na tradição da pintura ocidental figurativa, servindo como ponto de referência na construção da imagem e da relação que nosso corpo estabelece com ela. Fatia de Horizonte, escultura formada por uma chapa de aço inox em formato retangular, sendo ¼ dela polido e os outros ¾ oxidados, é uma peça que parece embaralhar categorias da dimensão espacial no momento em que produz uma espécie de elevação da linha do horizonte. A faixa espelhada da peça vertical alcança uma altura que a permite refletir aquilo que está acima de nossas cabeças, levando-nos a reorganizar nosso senso de direção no espaço. Podemos também circular por um conjunto de Fatias de Horizonte e nos perder entre elas: a experiência imersiva é uma frequente na produção de Amelia Toledo.
As pinturas são compostas por duas faixas de cores que ocupam, cada, uma metade da tela, encontrando-se em algum momento. Segundo a própria artista, esse encontro marca “o limite de ser ou deixar de ser”, como “um espaço vazio entre dois pensamentos”. Ao nos aproximarmos dessas telas, é impossível ficar indiferente à textura da juta, tão presente e robusta em sua estrutura tramada, mas ainda assim, suficientemente elegante para receber um trabalho tão delicado com a tinta. O formato paisagem de alguns quadros – esse que tem a forma retangular onde a altura é menor que o comprimento – nos leva a associar os dois campos de cor às faixas do céu e da terra de uma pintura figurativa. O que vemos nas telas de Toledo, contudo, é uma investigação sobre a própria pintura, pelo uso e extroversão de seus padrões esquemáticos que se dá pela cor. O tensionamento entre tons de cores tão próximas dividindo o mesmo retângulo produz um tipo de vibração que, embora cause um efeito mais imediato à visão, mobiliza também, a um olhar mais demorado, outros sentidos.
Amelia Toledo
1926 – São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo, Brasil
Sua produção é marcada pelo uso de materiais distintos como bolhas de espuma, líquidos coloridos, pedras, conchas, chapas de alumínio ou acrílico e evidenciam um interesse profundo pelas questões da matéria, seja ela orgânica ou industrial. Transitando constantemente entre o controle formal e a intuição, Toledo investiga as relações que construímos com o espaço a partir da nossa sensibilidade às cores, substâncias, volumes, texturas e dimensões. Há nisso uma reflexão filosófica sobre os aspectos da linguagem, e que passa também por uma curiosidade científica sobre as estruturas não só do pensamento e dos sentidos, como também da própria natureza. Seu envolvimento com a ciência vem desde muito pequena, quando aprendeu, ainda criança, a manipular microscópios com seu pai que era cientista. Amelia Toledo, no entanto, gosta sempre de lembrar: “Se meu trabalho tem algo com a ciência, é com uma ciência ligada à intuição e a outros enfoques que não o racionalista”.
Coleções que possuem seus trabalhos: Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Centro Cultural São Paulo; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Fundação Padre Anchieta, São Paulo; Itaú Cultural, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Museu de Arte de São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo.
AMELIA TOLEDO. HORIZONTES
galeria marcelo guarnieri | rio de janeiro
opening
September 11, 2017 / 5 – 10pm
exhibition
September 11 – October 21, 2017
Rua Teixeira de Melo, 31 – lojas C/D
Ipanema – Rio de Janeiro – Brasil
[ map ]
One of the most important names in the Brazilian art scenario from the 1960s, Amelia Toledo is part of a cast of artists who knew how to combine passion for forms, translated into multiple languages, such as painting, drawing, sculpture and jewelry design. Owner of a restless mind, she acted as a teacher at the country’s leading universities.
The Horizontes series, which has iniciated in the 1990s, is the result of Toledo’s investigation of the idea of landscape, both in pictorial and in a physical space and dimention. The horizon line has a striking presence in the tradition of western figurative painting, serving as a reference point in the construction of the image and the relationship that our body establishes with it. Fatia de Horizonte, a sculpture formed by a rectangular-shaped stainless steel plate, being ¼ of it polished and the others ¾ oxidized, is a piece that seems to shuffle categories of the spatial dimension at the moment it produces a sort of elevation of the horizon line. The mirrored band of the vertical piece reaches a height that allows it to reflect what is above our heads, leading us to reorganize our sense of direction in space. We can also travel through a set of Fatias de Horizonte and lose ourself among each other: immersive experience is a frequent occurrence in Amelia Toledo’s production.
The paintings are composed of two bands of colors, each one occupying one half of the canvas, meeting at some point. According to the artist herself, this meeting marks “the limit of being or not being”, as “an empty space between two thoughts”. As we approach these canvases, it is impossible to remain indifferent to the texture of jute, so present and robust in its woven structure, but still elegant enough to receive such a delicate work with the paint. The landscape format of some pictures – the rectangular shape where the height is less than the length – leads us to associate the two fields of color with the bands of sky and earth with a figurative painting. What we see on Toledo‘s canvases, however, is an investigation of the painting itself, by the use and extroversion of its schematic patterns that are given by color. The tensioning between so close-colored shades dividing the same rectangle produces a kind of vibration that, although it causes a more immediate effect to the vision, also mobilizes, with a more delayed look, other senses.
Amelia Toledo
1926 – São Paulo, Brazil
Lives and works in São Paulo, Brazil
Her production is marked by the use of different materials such as foam bubbles, colored liquids, stones, shells, aluminum or acrylic sheets and demonstrates a deep interest in question of matter, whether organic or industrial. Steadily moving between formal control and intuition, Toledo investigates the relationships we construct with space based on our sensitivity to colors, substances, volumes, textures, and dimensions. In her production there is a philosophical reflection on the aspects of language, which also passes through a scientific curiosity about the structures not only of thought and the senses, but also of the nature itself. Her involvement with science comes from her youth, when she learned, as a child, to manipulate microscopes with her father who was a scientist. Amelia Toledo, however, always likes to remember: “If my work has something with science, it is with a science linked to intuition and to approaches other than the rationalist.”
Collections holding her works include: Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Centro Cultural São Paulo; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon, Portugal; Fundação Padre Anchieta, São Paulo; Itaú Cultural, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Museu de Arte de São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo.